Textos
Tribos do Yogis - Ontem e Hoje
Por Pedro Kupfer
Olhando o panorama dos praticantes de Yoga de hoje em dia, pode surgir a curiosidade por comparar o grupo desses praticantes que somos com os relatos que chegaram até nós sobre os yogis da antiguidade. Há vários estudos sociológicos do Yoga que surgiram ao longo dos séculos. Nesse sentido, um dos mais conhecidos sobre os praticantes aparece na Shiva Samhita, que apresenta uma interessante descrição dos diferentes tipos de yogis do passado e a relação que eles estabeleceram com o Yoga. Achamos que essa descrição poderia servir como ponto de comparação para apreciarmos melhor a tribo dos praticantes, bem como para analisar de perto as interações entre mestre e discípulo e entre professor e aluno da atualidade. Da mesma forma, iremos refletir ao longo deste texto sobre os perigos e obstáculos aos quais se expõem os yogis de hoje, que não são muito diferentes daqueles a que estavam expostos os yogis do passado.
A Shiva Samhita é um dos três textos seminais sobre o Hatha Yoga, e foi datado por volta dos séculos XVI ou XVII. O nome Shiva Samhita significa em sânscrito “Coleção [de Ensinamentos] de Shiva”. É um tratado em 540 estrofes sobre Hatha Yoga, compostas na métrica anushtubh, divididas em cinco capítulos chamados patalas. A obra está composta na forma de um diálogo entre o deus Shiva e sua esposa Parvati, no qual o deus-yogi ensina as práticas do Hatha para sua consorte (detalhe que demonstra que, contrariamente à crença em voga em alguns círculos de Yoga da atualidade, esta prática era tanto para homens quanto para mulheres naquela época, assim como nas anteriores). Este livro tem “apenas” 300 anos de idade, mas resgata práticas muito anteriores a ele. Assim como a Gheranda Samhita, cita copiosamente o mais antigo manual de Hatha que chegou até a atualidade, a Hatha Yoga Pradipika, bem como algumas das Upanishads do Yoga e um importante texto de Vedanta, atribuído a Adi Shankaracharya, chamado Atma Bodha.
Praticantes do passado
Antes de descrever os yogis, a Shiva Samhita (V:9) lista os tipos de prática: “O Yoga é de quatro classes: primeiro, vêm o Mantra Yoga; em segundo lugar, o Hatha Yoga, em terceiro, o Laya Yoga e, em quarto lugar, o Raja Yoga, que elimina as dualidades”. Na sequencia, o autor, cujo nome ignoramos, afirma que nem todas as formas de Yoga são adequadas para todas as pessoas: “Os praticantes são de quatro tipos: [aqueles cuja intensidade é] suave, moderada, ardente e muito ardente. [Este último tipo,] o melhor, pode cruzar o oceano do mundo [das aparências]”. V:10.
A continuação, ele descreve a motivação e as características de cada um desses tipos de praticante, indicando, em função dessas características, o tipo de prática mais adequado para cada um: “Pessoas de mente estreita, distraídas, adoentadas, que questionam os ensinamentos do mestre, homens avarentos, que agem de modo incorreto, glutões, demasiadamente apegados a suas esposas, tímidos, doentes, não independentes, carentes e cruéis, aqueles de mau caráter e os fracos, todos esses são considerados praticantes [de motivação] fraca. Com grande esforço, tais pessoas alcançam o sucesso na prática em doze anos. Estes devem ser considerados aptos para a prática de Mantra Yoga. Pessoas de mente aberta, compassivas, amantes da virtude, eloqüentes. Aqueles que sempre evitam os extremos, são os praticantes de motivação média. Estes, devem ser iniciados pelo mestre no Hatha Yoga”. V:11 e V:13.
“Pessoas de mente firme, versadas no Hatha Yoga, independentes, cheias de energia, magnânimas, cheias de simpatia, que sabem perdoar, verdadeiras, corajosas, cheias de confiança [no mestre e no ensinamento], adoradoras dos pés de lótus de seus gurus, sempre comprometidas na prática de Yoga, tais pessoas são consideradas praticantes ardentes (adhimatra). Eles obtêm sucesso na prática de Yoga em seis anos, e devem ser iniciados no Laya Yoga e seus diversos ramos”. V:14.
“Aqueles que tiverem o maior caudal de energia, com iniciativa, comprometidos, heróicos, conhecedores das escrituras, perseverantes, livres dos efeitos das emoções cegas, que não se deixam confundir, cheios de disposição, moderados na dieta, que dominam seus sentidos, destemidos, limpos, hábeis, caridosos, bem dispostos para ajudar o próximo, competentes, firmes, talentosos, que cultivam o contentamento, que sabem perdoar, que são de boa índole, devotos, que sabem manter seus objetivos em segredo, eloqüentes, pacíficos, que têm confiança nas escrituras e adoram Ishvara e o guru, que têm aversão a desperdiçar seu tempo e são livres de doenças, que conhecem os deveres do adhimatra e praticam todos os Yogas. Sem dúvida, tais praticantes obtêm o êxito na prática em três anos. [Estes são considerados os mais ardentes, e] estão capacitados para serem iniciados em todas as formas de Yoga, sem dúvida”. V:15.
Praticantes de hoje
Olhando para o panorama atual, podemos perceber que, assim como no passado, há diferentes maneiras de entrar em contato e se relacionar com o Yoga. Arriscando um paralelismo com a lista dos quatro tipos de praticantes apresentados pela Shiva Samhita, poderíamos identificar igualmente, hoje em dia, quatro tipos de praticante:
1. Aquele que busca no Yoga bem-estar, qualidade de vida e manutenção da boa forma e a saúde,
2. Aquele que pratica disciplinada e entusiasticamente, esperando que a técnica opere seus resultados,
3. O que acrescenta à prática “algo” de espiritualidade e uma genuína curiosidade pelo autoconhecimento, e
4. O praticante definitivamente comprometido com o objetivo final, moksha, e o discipulado necessário para alcançá-lo, desde dentro de um sampradaya, ou linhagem tradicional.
Não pretendemos, com esta tentativa de mapear os praticantes, fazer uma espécie de catálogo ou julgamento absoluto sobre a nação dos yogis. Longe de nós essa ideia. Porém, quando não temos nenhum parâmetro para nos observar, nem desde dentro nem desde fora, e considerando que há praticantes correndo o perigo de se desviar do caminho e sofrer desnecessariamente, uma voz deste tipo é melhor do que nenhuma voz em absoluto.
Portanto, o autor deste texto pede humildemente que se ponderem as questões referentes à saudável relação de cada praticante com o Yoga, bem como com aqueles que o transmitem, objetivando o benefício de todos. Sabemos positivamente que ninguém deveria julgar o grau de crescimento interior de outro praticante por quaisquer “sinais” exteriores. Não há como avaliar, e muito menos, comparar, o “avanço espiritual”, se podemos usar essa expressão, de um praticante com o de outro.
1. O primeiro tipo de praticante parece ser o mais numeroso. Dada a crescente popularidade que o Yoga está testemunhando atualmente, a abordagem mais acessível é a que ganha adeptos com maior rapidez e facilidade. Certamente, estes praticantes configuram o grosso da tribo do Yoga. Idealmente, eles recebem do Yoga em proporção direta ao que aportam a ele. Nesse sentido, as técnicas do Yoga parecem ser de fato bem eficientes na manutenção da boa forma e da saúde, bem como adequadas para aumentar a qualidade de vida, a produtividade no trabalho e outras benesses. A questão é que podemos fazer práticas por anos a fio dentro dessa perspectiva sem chegar a lugar algum, afora a realização desses benefícios que, sabemos positivamente, são apenas efeitos colaterais da prática. Não obstante, sabemos que o Yoga é muito mais do que uma prática com esses objetivos. Poderíamos chamar estes praticantes de kartabhoktas, fazedores de ações com um objetivo, e desfrutadores dos resultados dessas ações. Os perigos aos que este tipo de praticante está exposto dizem respeito a situações pontuais referentes ao corpo físico ou à respiração, como lesões ou pequenos acidentes por não saber adequar a prática ao momento ou às características do próprio corpo.
2. O segundo grupo dos yogis seria o daqueles que apresentam uma tremenda motivação para praticar disciplinadamente, pois esperam que, da prática, surja algum benefício futuro em termos de iluminação. Poderíamos chamar este segundo tipo de praticante de karmata, aquele que espera que a libertação, moksha, surja das ações conscienciosas. Sem ser um grupo especialmente grande, estes praticantes representam uma respeitável percentagem da nossa nação yogika. Aos perigos listados no primeiro tipo de praticante, poderíamos ainda acrescentar, para estes praticantes, o perigo de cair nas mãos de professores ou “mestres” inescrupulosos, que queiram tirar proveito do grande entusiasmo e energia que estes yogis possuem.
3. O terceiro tipo é o dos yogis que são expostos à tradição ou a fragmentos dela através de livros, filmes ou professores que tenham certa curiosidade pelos aspectos menos evidentes do Yoga. Estes, cedo ou tarde, desenvolvem afinidade com a filosofia e amor pelo autoconhecimento. Poderíamos chamá-los jijñasus, em menção aos yogis que apreciam o conhecimento. O perigo ao que estes praticantes se expõem, afora os anteriormente listados, é a dedicarem anos de esforço a atividades intelectuais desgastantes e esforços estéreis, já que correm o risco de se perder no labirinto das tradições se não tiverem um guia honesto e claro que possa os orientar.
4. O quarto grupo seria o dos praticantes que assumiram um nível ainda mais profundo de compromisso com o autoconhecimento. Poderíamos chamar estes praticantes de mumukshus. Esses são os que estão verdadeiramente comprometidos com o objetivo final do Yoga, que é moksha, a liberdade. O numero deste tipo de yogis é bastante reduzido. Neste nível de abordagem do Yoga, bem como nos anteriores, é preciso também escolher muito conscientemente os próprios professores e mestres. Digo isto, pois é possível encontrar, no grupo dos professores e mestres, verdadeiros lobos disfarçados de inocentes cordeiros. Igualmente, é necessário fazer uma sincera auto-análise para estabelecer a clareza das nossas próprias intenções em relação ao Yoga. Sem essa clara motivação, não poderemos esperar demasiado das nossas práticas e estudos. Iremos agora, portanto, analisar um pouco mais de perto o papel do mestre no Yoga.
O papel do mestre
Embora o ideal da libertação seja muito sedutor, ele é potencialmente perigoso, uma vez que há líderes mal-intencionados que podem manipular ou abusar de seus estudantes. Algumas tradições, como a do budismo vajrayana e a do jainismo, contornaram parcialmente esse obstáculo ensinando que moksha depende unicamente do próprio esforço e dedicação do praticante, tirando um pouco do poder naturalmente delegado ao mestre.
Por outro lado, em algumas tradições vinculadas ao Yoga, fala-se sobre a transferência de poder divino do mestre para o discípulo, shaktipath. Quando o sucesso no caminho do Yoga se coloca noutra pessoa que não o próprio praticante, acreditamos, fica aberto o caminho para relações turvas entre mestre e discípulo. Devemos, portanto, achar uma bussola ética que nos permita encontrar um caminho seguro para a genuína e transformadora espiritualidade. Acredito que a inspiração para o praticante deva vir da imagem do mestre verdadeiro. Em diversas tradições, esse mestre assume nomes diferentes: gurus para os hindus, siddhas ou tirthankaras, para os jainistas, rinpoches, para os budistas.
A palavra guru significa literalmente “pesado”, e pode ser traduzida como “aquele cuja opinião tem peso”. O papel do mestre sempre foi fundamental na caminhada do autoconhecimento. Para não se perder nessa caminhada, é importante ter como referência a imagem de um mestre, um mentor que nos ajude e oriente na busca. Algumas pessoas têm dificuldades em aceitar a idéia de ter um mestre. Porém, se tivemos mestres durante o período dos estudos, porque não tê-los na busca interior? Se nossos pais foram nossos primeiros mestres, que nos ensinaram a falar, andar, contar, nos relacionar, o que nos faz pensar que deveríamos dispensar os outros mestres, se ainda não tivermos completado o processo de maturidade e crescimento interior?
Vejamos o que diz a Samhita sobre o papel do mestre: “Apenas o conhecimento ensinado por um guru, através de seus lábios, é poderoso e eficiente. De outro modo, o conhecimento torna-se infrutífero, fraco e doloroso. Aquele que se devota a qualquer tipo de conhecimento, servindo seu guru com toda a atenção, prontamente obtém o benefício desse conhecimento. Não há a menor dúvida de que o guru é pai. O guru é mãe, e o guru é até mesmo Deus. Portanto, ele deve ser assim considerado e servido, em pensamento, palavra e ação. Pela graça do guru, tudo o que for bom para o próprio Ser é obtido. Portanto, o guru deve ser servido diariamente. De outro modo, nada será auspicioso”. III:11-14.
Essa passagem nos lembra o guru mantra: Gururbrahma gururvishnu gururdevo maheshvara guruh sakshatparabrahman tasmai shri gurave namah, cuja tradução é a seguinte: “O guru é Brahma. O guru é Vishnu. O guru é Shiva. O guru é de fato Parabrahman. Meu guru, aceite esta saudação”. Portanto, é preciso termos um mestre sábio que nos ensine, e que funcione como um espelho no qual possamos nos observar e aprender. Esse mestre é quem irá nos iniciar na disciplina yogika mais adequada para nós mesmos. Você não deve apenas praticar o que lhe der na telha. Aprender a ouvir o que um mestre de verdade tem para nos dizer irá fazer toda a diferença na realização dos nossos objetivos. Porém, infelizmente, nem todos os gurus são “de verdade”. Alguns querem subir num pedestal e ser adorados por um exercito de discípulos sem ter as qualificações e a sabedoria que fazem do mestre um mestre.
A totemização do guru
Algumas instituições contemporâneas propõem a divinização dos seus líderes. A ideia de conviver com um “liberado em vida” é atraente e encantadora, mas igualmente perigosa se a pessoa em questão não for mesmo um jivanmukti, já que pode levar à manipulação, autoritarismo e abuso dos discípulos. Nesse sentido, convém lembrar da possibilidade do praticante assumir a responsabilidade pelo próprio caminho, bem como evitar a seitarização crescente que parece estar tomando conta de algumas formas populares de Yoga, mesmo quando revestidas de rigor “profissional” ou linguagem “secular”. Feitos esses esclarecimentos, certamente você já tem elementos suficientes para compreender que nem todos os professores de Yoga que cruzarem seu caminho estão capacitados para lhe ensinar aquilo que você precisa aprender.
Considerando a filosofia pegue-e-pague da sociedade de consumo, pode nos parecer fácil achar um mestre de verdade. Se você estiver preparado, seu mestre irá achá-lo. Você não precisa ir para a Índia para procurá-lo. Isto acontece porque, numa altura do caminho, o estudante acaba por entrar em sintonia sutil com quem pode ensinar o que está precisando aprender. Um mestre verdadeiro não é necessariamente alguém muito visível, muito rico ou de muita relevância social, mas apenas uma pessoa que transcendeu a identificação com o próprio ego, simples e respeitosa em suas atitudes, que não busca a autopromoção e a publicidade nem cobra taxas absurdas em troca de iluminação (ou saúde, ou bem-estar!).
Um esclarecimento importante: no Yoga, é necessário separar os mestres dos professores. Ao contrário do mestre, o professor é um aprendiz, alguém que está no processo do auto-conhecimento, e que faz isso ajudado pelos seus próprios estudantes. Nesta era de self-service, é bom lembrar que não será uma fita de vídeo ou um livro que irão resolver a charada da nossa existência ou nos revelar a verdade sobre quem realmente somos.
Obstáculos
Reza a Shiva Samhita: “De fato, há muitos obstáculos, quase intransponíveis, na prática do Yoga. No entanto, o yogi deve persistir no sadhana correndo os riscos, até mesmo quando sua vida estiver em perigo [lit., quando “a vida estiver [escapando] pela garganta” (pranaih kanthagatair api)]”. III:47. A palavra obstáculo, em sânscrito, antaraya, significa literalmente “interpor-se” ou “ficar no meio”. Os obstáculos podem aparecer sob roupagens muito diferentes, tanto físicas quando psicológicas. No entanto, a maior parte dos obstáculos pertence ao último tipo.
Patañjali menciona nove obstáculos no Yoga Sutra (I:30): “Doença, inércia, dúvida, negligência, preguiça, volubilidade, equivocação, inconstância e instabilidade são os obstáculos”. Estes obstáculos são verdadeiras usinas de turbilhões mentais, que impedem o progresso na prática. Não obstante, eles fazem parte do caminho, e devem ser reconhecidos e aceitos, em primeiro lugar, para poderem ser superados. Essas diferentes listas de obstáculos que aparecem nos shastras têm como objetivo nos alertar sobre os possíveis desvios e bloqueios que possam surgir na caminhada, tranquilizando-nos ao mesmo tempo ao nos ensinar que os obstáculos são naturais e fazem parte da jornada e ainda, encorajando-nos para superá-los.
De alguma maneira, os obstáculos são mecanismos naturais de auto-defesa e auto-preservação, colocados em movimento por nosso subconsciente para nos proteger dos eventuais desequilíbrios que a prática possa produzir se não for feita corretamente. No entanto, essas defesas naturais se tornam de fato obstáculos intransponíveis quando nos fazem abandonar a prática (podem surgir pensamentos como “isto não é para mim”, ou “não nasci para fazer esta prática”), ou ainda quando a presença do obstáculo passa a ser ignorada (“acho melhor evitar a meditação, pois não tenho paciência”).
A questão, chegando neste ponto, é que cada um de nós deve resolver o que significa exatamente chegar ao ponto em que “a vida escapa pela garganta”. Cada um deve perceber onde termina o esforço e começa o exagero. É sempre desejável levar a prática adiante, superando os obstáculos que surgirem ao longo da caminhada. Não obstante, precisamos usar o bom-senso e pedirmos ajuda para avaliar se a prática que estamos fazendo é a mais adequada para nós, se está nos fazendo bem, se nos ajuda e nos aproxima do objetivo final de todo Yoga, que é a libertação dos condicionamentos e o conhecimento da verdade sobre nosso próprio ser. É aí que o papel e a presença de um mestre tornam-se essenciais.
Para quem é o Yoga?
O leitor pode considerar as exigências e qualidades que se esperam do praticante ideal um tanto exageradas, porém, o fato é que a maior parte das condições listadas nas citações que fizemos anteriormente da Shiva Samhita são essenciais para ter-se sucesso na prática. Mesmo se para o praticante da atualidade for difícil aceitar isto, desde o tempo das Upanishads, o caminho do Yoga sempre foi descrito como um caminho estreito e difícil. Aliás, desde o início dos tempos, o Yoga foi considerado um caminho para muito poucos, como a própria Samhita aponta numa outra passagem: “Este Yogashastra aqui exposto é uma doutrina muito secreta, que deverá somente ser revelada nestes três mundos ao devoto de alma elevada”. I:19.
Pela afirmação acima, podemos deduzir que o ensinamento aqui contido não se destina a qualquer um, nem é para iniciantes. Pelo menos, segundo o autor deste antigo texto. Se não estivermos preparados para cultivar os valores e virtudes, que são condições sine que non para nos fazer merecedores do ensinamento do Yoga, este ficará sempre fora do nosso alcance. Namaste!
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Este texto foi originalmente publicado nos Cadernos de Yoga: www.cadernosdeyoga.com.br.
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